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O jornalismo no espelho das palavras: narrar e reconhecer

Autores: Schwaab, Reges Y Zamin, Angela (Universidade Federal de Santa Maria, Brasil)

Mails: reges.ts@gmail.com, amgelazamin@gmail.com

 

O narrar pressupõe que o tempo seja ele mesmo de alguma forma inteligível e não reduzido a um conceito. Sendo assim, é via narrativa que se torna possível pensar um sentido para o tempo e para o que acontece ou pode nele acontecer. Se narrar é atribuir sentidos à experiência e é pela narrativa que reconhecemos nosso tempo, os sujeitos e seus espaços de narrar se tornam problemática crucial para pensar o universo da comunicação e do jornalismo. As imbricações de tempo e narrativa nos remetem, conforme Paul Ricoeur, ao surgimento de um terceiro tempo, que integra o tempo vivido e o tempo cosmológico. Em seu entremeio emergem sentidos para o fato de que os seres humanos vivem no tempo e estão nele tanto como agentes quanto como sofredores. Esse é um reencontro ininterrupto com a essência da comunicação. Sua potencialidade, na perspectiva da interrupção e da produção da diferença, aparecem como modo de acesso aos modos midiáticos de dar a ver o presente e suas questões. Trata-se de tomar o narrar em sua possibilidade de ruptura do mesmo, quando interrompe o que estava, quando “abre a possibilidade do possível” (MARCOS, 2007). No intervalo entre a história e a ficção, portanto, vamos procurar pensar possibilidades de leitura do discurso narrativo produzido pela rubrica do jornalismo. A partir do apelo do rosto como o que resta do encontro, na esteira da problemática do reconhecimento, a narrativa não é uma simples modalidade textual, tampouco pode ser traduzida somente por uma técnica. Ao configurar o acontecimento em sentido (RESENDE, 2011), à luz de uma tríplice mimese (RICOEUR 2010), a narrativa instaura a relação entre o mundo do autor, do texto e do leitor (RESENDE, 2009). Na relação dialógica que deflagra, eventos e pessoas dispersos espacial e temporalmente, “[...] pois pertencem aos mundos dos sonhos, dos desejos, do passado, das expectativas de futuro” (LEAL, 2013, p. 30), “[...] podem ser reunidos, conectados em diferentes relações causais e assim, apreciados, organizados, experimentados, comunicados”. Na singularidade que permeia o narrar jornalístico, essas conexões mais amplas com o particular e com o universal (CARVALHO, 2012) surgem como potencializadores da mediação, uma luta interminável a interpelar o jornalismo.  

 

 

 

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