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Narrativa como mediação imperfeita: análises da dialética concordante-discordante

Autor: Manna, Nuno (Universidade Federal de Minas Gerais)

Email: nunomanna@gmail.com

Eje temático: Metáfora viva, mímesis y texto

 

Em suas reflexões sobre a narrativa como condição da experiência temporal, particularmente em Tempo e narrativa, Paul Ricoeur vê as intrigas criadas pelo ser humano como o meio privilegiado mediante o qual reconfiguramos nossa experiência temporal confusa, informe e, no limite, muda. No entanto, nessa reconfiguração operada pela tessitura de intrigas, a narrativa jamais se oferece como uma solução pacificadora dos dilemas da experiência temporal. Como nos explica Ricoeur, as aporias temporais se resolvem, pela narrativa, não no sentido teórico, mas no sentido poético do termo. Assim, abordamos a notável a contribuição de Ricoeur aos estudos das narrativas, especialmente no campo da comunicação, ao compreendê-las como mediações imperfeitas, seja em relação a suas dinâmicas miméticas (tríplice mímesis), seja pelas dinâmicas internas ao processo de configuração das intrigas (mímesis II). Para isso, acreditamos ser imprescindível destacar a inflexão que Ricoeur opera quando retoma, por um lado, o que ele chama de “paradigma da concordância” da Poética de Aristóteles e, por outro, a pressão existencial da discordância encontrada nas Confissões de Santo Agostinho. Em nosso trabalho, nos dedicamos à apropriação da concordância-discordante como importante operador teórico-metodológico para a compreensão de textos narrativos, na medida em que ele nos ajuda a problematizar as forças integrativas da concordância que agem pela narrativa – completude, totalidade, lógica, coerência, causalidade, verossimilhança – em uma relação dialética inerente com a ação da discordância – no limite, figurada pelo impossível. Para tanto, propomos a abordagem de dois universos narrativos nos quais a evidenciação da dialética concordante-discordante pode ser particularmente pregnante de consequências: em primeiro lugar, convocamos exemplos da ficção literária moderna, especificamente a literatura fantástica do século XIX; em segundo, buscamos exemplos das narrativas jornalísticas noticiosas contemporâneas retiradas de periódicos. Se superficialmente tais modalidades textuais podem ser vistas como absolutamente distintas, nosso propósito aqui é reconhecer como por elas se modula, de modos distintos, a mesma dialética narrativa. Com isso, buscamos levar adiante as contribuições dos conceitos ricoeurianos, de forma a mapear certas implicações quando analisamos os textos que lemos e amamos como narrativas mediadoras de nossas experiências temporais, constituindo tensões próprias ao regime mimético moderno.

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