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Dois olhares: Fotografia e memória em Retrato em Sépia, de Isabel Allende e O vendedor de passados, de José Eduardo Agualusa.

Autora: Fortuna, Yara (Universidade de Brasília)

Filiación institucional: Universidade de Brasília (UnB), Brasil. Departamento de Teoria Literária e Literaturas (TEL). Programa de Pós-Graduação em Literatura (PosLit).

Dirección de email: yarafortuna@yahoo.com.br

Eje temático: Memoria, historia y olvido: la especificidad del relato histórico y su relación con la construcción de la memoria individual y colectiva.

RESUMO

 Este trabalho intenta lançar um olhar sobre a imagem fotográfica que se desvela sob duas perspectivas diversas. A primeira parte da hipótese de que, constituindo-se numa espécie de artefato “plasmador” de lembranças, a fotografia é o objeto-memória por excelência e, nesse sentido, liga-se ao componente veritativo da memória, respondendo aos seus anseios de fidelidade ao passado. Nessa direção, o semiólogo Roland Barthes afirma que, diferentemente da pintura, da escultura e de outras formas de expressão, na fotografia jamais se pode negar a existência, o ter sido e estado do referente. Sob a segunda perspectiva, no entanto, ao se levar em conta o caráter de representação da fotografia, observa-se que o estatuto da imagem capturada pela câmera pode mudar, podendo se constituir, em alguns casos, no próprio reverso da prova, servindo à fraude. O recorte literário se dá a partir desses diferentes pontos de vista, encontrados nas obras Retrato em sépia, de Isabel Allende e O vendedor de passados, de José Eduardo Agualusa, que consistem no corpus analítico delimitador do estudo temático escolhido. Busca-se ainda aproximar as narrativas no ponto em que evidenciam os significados do ofício de narrar/fotografar. A investigação sobre os processos mnênicos, sua ligação com a imagem e o texto literário se apoia nos estudos desenvolvidos por Paul Ricoeur, em A memória, a história, o esquecimento, nos capítulos “Fase documental: a memória arquivada” e “Memória e imaginação”. A ênfase no componente veritativo da memória relaciona-se com os conceitos do estudo intitulado “Raízes de um paradigma indiciário”, de Carlo Ginzburg. O aporte teórico que sustenta a tese da fotografia como objeto-memória está nos estudiosos Phillipe Dubois, Miriam Moreira Leite e Boris Kossoy. A análise da imagem fotográfica e suas particularidades encontra suporte nos teóricos Roland Barthes e Susan Sontag, incluindo ainda confluências com o pensamento de André Bazin e Henri Cartier-Bresson sobre o tema. Por fim, a aproximação entre as duas narrativas literárias parte do ensaio teórico “Alguns aspectos do conto”, de Julio Cortázar. Em nossa incursão pelo universo das obras literárias estudadas, vemos que a fotografia vai abrindo as janelas das lembranças e arejando os espaços da imaginação, na esteira da dialética mnemônica da compreensão do presente pelo passado e, inversamente, do passado pelo presente. Tudo para, de alguma forma, reconstruir a teia do tempo vivido e nele buscar respostas, nesta intricada trama que é a busca de sentidos para a existência humana.

 

Palavras-chave: Memória. Fotografia. Literatura. Realidade. Imaginação. Allende. Agualusa. Ricoeur.

 

ABSTRACT

This paper intends to look at the photographic image through two different perspectives. The first one rises from the hypothesis that photography is a memory-object per se, due to its power of fixing past moments that can be recalled. In this sense, it is related to what is real in memory and its work of recollection. Under the second perspective, though, when the representative aspect of the image is considered, the status of photography can change to the right opposite of the truth, serving to fraud purposes as well. The literary works that are analyzed are Portrait in Sepia, by Chilean writer Isabel Allende and The Book of Chameleons, by Angolan author José Eduardo Agualusa. The investigation of the mnemic process and its relation with image and Literature relies in Memory, History, Oblivion, by Paul Ricoeur. The theory that supports the analysis of photography is found in Roland Barthes’s Camera Lucida and Susan Sontag’s On Photography, reverbing André Bazin’s and Henri Cartier-Bresson’s ideas as well. Finally, the approximation between the two narrative perspectives comes from the theoretical essay “Some Aspects of the Short Story”, by Julio Cortázar. As we dive in the literary universe, photography enlightens memory and imagination, bringing back to life beloved ones gone a long time ago. Therefore, it reconstructs the past, dialectically helping to find answers to the human condition at the present time.

 

Key words: Memory. Photography. Literature. Reality. Imagination. Allende. Agualusa. Ricoeur.

 

 

 

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