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A “POLÍTICA DA JUSTA MEMÓRIA”, SEGUNDO PAUL RICOEUR: MEMÓRIA E PROMESSA NO ITINERÁRIO DO HOMEM CAPAZ

Autoras: Bentes, H. (UCP) y Dias, A. (UCP)

Nome da autora: Hilda Helena Soares Bentes
Universidade: Professora do Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Católica de Petrópolis - UCP.

Mail: hildabentes@uol.com.br

 

Nome da Coautora: Armenia Cristina Dias Leonardi

Universidade: Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Católica de Petrópolis - UCP.

 

A linha temática escolhida é: Memória, história e esquecimento: a especificidade do relato histórico e a sua relação com a construção da memória individual e coletiva.

 

 

 

RESUMO: Propõe-se estabelecer uma interface entre a filosofia e o cinema como possibilidade de discutir as noções de memória e de promessa, consideradas pontos centrais na problemática do reconhecimento em Paul Ricoeur, e capturadas de forma poética e dramática no documentário “Nostalgia da luz”, de Patricio Guzmán. A abordagem interdisciplinar irá desvendar a necessidade de construção da memória em face da ameaça de seus negativos: o esquecimento e a traição. Cuida-se de efetuar uma reflexão moral sobre a importância de reter a memória e manter a promessa, individual ou coletiva, diante das ameaças de apagamento da memória e de dissolução da palavra considerada. O itinerário teórico percorrido parte da conceituação desenvolvida sobre a memória e a promessa em Percursos do reconhecimento, e na explicitação sobre a memória e o esquecimento em A memória, a história, o esquecimento, de Paul Ricoeur. Em “Nostalgia da luz”, Guzmán nos conduz, através de um telescópio, a vislumbrar a beleza cósmica arrebatadora e, simultaneamente, a acompanhar a procissão trágica das mulheres que buscam obstinadamente os vestígios dos desaparecidos durante a ditadura militar no Chile, que morreram nas prisões do deserto de Atacama. O olhar cinematográfico atento e sensível põe em contraste a luminosidade mais transparente com a decomposição humana mais lúgubre. Trata-se do culto à memória, ao passado, como montagem metafórica do tempo e do “dever de memória”, preconizado por Ricoeur. A ideia de uma política de justa memória, esboçada por Ricoeur, remete-nos à questão moral de relatar o passado sem artifícios encobridores da verdade, obra e testemunho do homem capaz. Sobressai a dimensão da imputabilidade, que compõe a trajetória do homem capaz, e que constitui o estágio de consciência de sua responsabilidade perante o outro. O trabalho visa a explorar o uso crítico da memória, que permite um descentramento de perspectiva da narrativa individual para possibilitar o enlace com outras narrativas, alcançando o encontro com o outro. Narrativas singulares, pungentes, de vozes que se cruzam para descrever a dor, o horror, o indizível. Ao inscrever a alteridade na identidade, abre-se caminho para o conhecimento do si, do cada qual, do mundo. Busca-se, fundamentalmente, a promoção dos direitos humanos e do direito à memória e à verdade de grupos excluídos das narrativas oficiais construídas para silenciar o grito. Vozes latino-americanas.

 

 

 

 

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